A Casa dos Achados nasceu da ideia de um bazar. Na tentativa de pagar boletos pessoais que se acumulavam, duas amigas resolveram fazer a rapa em casa. Foi assim que a jornalista Luciana Fantaccini e a produtora e festeira Tati Marinho se deram conta do tanto de coisas que acumulavam pela vida e armaram uma tenda provisória na Pompéia, completamente dispostas ao desapego. Mesmo lotando um amplo salão, com roupas, sapatos, livros, dvds, discos e artigos de decoração, seus armários seguiam cheios e suas casas não perderam o charme.

Por obra do destino, o bazar mudou-se para Pinheiros. E foi ali, numa charmosa esquina, que a dupla percebeu que a experiência que parecia pessoal, na verdade pegava onda numa tsunami de sustentabilidade e tinha ares de negócio. Ao abrir as portas com mais frequência, não se seguiam dois dias sem que alguém entrasse querendo se desapegar de algo. Uma peça esquecida num canto de casa, fazia o outro sorrir. Mais que isso. Havia um público se formando. “Aqui é tipo brechó?”, era a pergunta que não calava. Sim. O bazar virou um brechó, que comportava além do figurino. Concretizamos a ideia de um espaço onde (quase) tudo estivesse à venda. Móveis, louças, quadros e o quê de interessante nos surpreendesse. Definitiva e ironicamente, a empoeirada referência de brechó com cheiro de naftalina virou coisa do passado.

A dupla de amigas aprendeu a garimpar, apurou o olhar e assinou a curadoria de seus produtos, criando assim um imenso tesouro, dividido entre peças contemporâneas e um incrível acervo vintage.

Em 2020 Luciana se desligou da Casa devido à demanda de seu outro trabalho, deixando as batutas dessa linda sinfonia com Tati.

Fazer sua própria moda e construir estilos com “o que já existe no mundo” é um dos pilares que trouxe a Casa até aqui e faz desse brechó o que ele é hoje.